13 Lendas do Folclore brasileiro para todos conhecerem

As lendas do folclore brasileiro fazem parte da cultura popular, por isso conhecê-las é uma forma de resgatar tradições e fortalecer nossa identidade.
Lendas do folclore brasileiro
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A palavra folclore é uma palavra de origem inglesa, formada pela composição de dois elementos: “folk”, que significa povo, e “lore”, que significa sabedoria, conhecimento, cultura. Portanto, podemos dizer que o folclore é uma manifestação cultural que representa os pensamentos e conhecimentos de um povo.

A maioria de nós já ouviu falar do Saci Pererê, que pula por aí com uma perna só. Do Curupira, que têm os pés para trás. Da assustadora Mula-sem-cabeça, e também do Lobisomem… Esses são exemplos de lendas do folclore brasileiro muito tradicionais, que se espalharam pelas regiões do país e ganharam várias versões ao longo do tempo.

Neste artigo, você vai conhecer versões de algumas das lendas folclóricas mais famosas:

  • Saci Pererê
  • Gralha-Azul
  • Curupira
  • Minhocão
  • Iara
  • Chico Rei
  • Mula sem Cabeça
  • Pai do Mato
  • Lobisomem
  • Cidade Encantada
  • Cuca
  • Vitória-Régia
  • Boto-cor-de-rosa
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Por que ensinar lendas do folclore para a crianças?

Valorizar manifestações culturais populares é algo fundamental em toda sociedade que não quer esquecer o passado e suas próprias raízes. Incentivando nas crianças a reflexão sobre quem somos como povo e como país, ajudamos a fortalecer sua identidade e também estimulamos o protagonismo delas na construção do nosso futuro. 

As cantigas, lendas, festas populares e jogos coletivos são partes do folclore muito presentes no nosso dia a dia ainda hoje. Nas escolas, elas servem de ponto de partida para a abordagem do folclore na educação infantil. Assim, permitem que as crianças resgatem essa memória, com o objetivo de manter viva a história e de enfatizar a riqueza e a pluralidade de nossa cultura.

Conheça as lendas do folclore brasileiro:

Saci Pererê

Saci pererê
Saci Pererê – Ilustração: Dentro da História

A lenda do Saci Pererê fala sobre esse ser mítico, baixinho, negro e com uma perna só, que vive pulando rapidamente pelas floresta com seu capuz vermelho. 

O Saci é muito brincalhão, agitado e travesso. Sempre faz travessuras por onde passa: gosta de bagunçar a crina dos cavalos durante a noite, dando nós e fazendo tranças. Esses são sinais de que o Saci passou por ali.

Ele também tem o costume de entrar nas casas para pregar peças nas pessoas. Pode queimar as comidas que estão no fogão, ou fazer objetos desaparecerem. Às vezes até apaga velas e luzes.

O Saci cria um redemoinho quando passa rápido por um lugar, levantando folhas e sujeira. A lenda do Saci conta que é possível capturá-lo lançando uma peneira no meio do redemoinho. Depois, é preciso retirar o seu gorro e colocá-lo dentro de uma garrafa para não escapar.

No sítio, tudo pode acontecer!
  • Monteiro Lobato | As Caçadas de Pedrinho
  • Monteiro Lobato | Folclore no Sítio
  • Monteiro Lobato | Reino das Águas Claras

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Gralha-Azul

A lenda da Gralha-Azul teve origem no estado do Paraná, na região sul do Brasil. Conta-se que uma gralha recebeu da Mãe Natureza um pinhão para matar sua fome. A ave, que ficou muito feliz e satisfeita com o alimento, comeu metade do pinhão e enterrou a outra para se alimentar depois, mas se esqueceu onde havia escondido o restante do fruto.

Algum tempo depois a gralha percebeu que um lindo pinheiro começou a brotar na floresta e decidiu cuidar dele. Conforme foi crescendo, o pinheiro começou a dar frutos com os quais a ave continuou a se alimentar para saciar sua fome. Assim como da primeira vez em que recebeu um pinhão da Mãe Natureza, a gralha comia uma parte do fruto e enterrava o restante, sempre se esquecendo de onde havia escondido o alimento.

Dessa forma, a gralha plantou uma floresta inteira de araucárias pela região sul. Como recompensa por sua bela atitude, a Mãe Natureza decidiu modificar a cor do pássaro que antes era pardo, deixando-o com a coloração azul. Com isso, a Gralha-Azul se tornou uma belíssima ave que se diferencia de todas as outras da floresta.

Leia mais: Crianças conhecem o Brasil na nova coleção de livros da Turma da Mônica

Curupira

Curupira
Curupira – Ilustração: Dentro da História

O Curupira é um personagem do folclore conhecido por proteger as florestas. Sua lenda tem origem nas histórias de povos indígenas, sendo muito famosa no Norte do Brasil.

Segundo a lenda, o Curupira é um menino baixinho de cabelos vermelhos, cuja característica principal são os pés virados para trás, que servem para enganar invasores que erram o caminho ao seguir suas pegadas na floresta. Os indígenas acreditavam que o curupira aterrorizava aqueles que entravam na floresta para caçar ou derrubar árvores.

Uma forma do Curupira atormentar os caçadores é assoviar sem parar. Para fugir dele, é preciso dar um nó em um pedaço de cipó. Agora, achar o Curupira por conta própria na floresta é quase impossível, já seus pés ao contrário sempre enganam sobre seu caminho.

Minhocão

No estado de Sergipe e em toda a região do nordeste brasileiro a lenda do Minhocão é muito conhecida.

Segundo a crença popular, o minhocão é uma cobra gigantesca que vive no Rio São Francisco e se move por baixo da terra. Seja nas águas ou em terra firme, a cobra causa estrago por onde passa, pois provoca desmoronamentos, abre grutas enormes e oferece risco de naufrágio aos pescadores e embarcações da região.

Sereia Iara

Iara
Iara – Ilustração – Dentro da História

A história da Iara, também conhecida como Lenda da Mãe d’Água, é outro exemplo de lenda do folclore com origem indígena. Iara ou Yara, do indígena Iuara, significa “aquela que mora nas águas”. Ela é metade peixe e metade mulher: da cintura para baixo tem uma cauda de peixe, e da cintura para cima tem o corpo de mulher.

A linda sereia costuma tomar banho nos rios e cantar uma melodia irresistível. Os homens que a veem não conseguem resistir ao seu encanto e pulam dentro do rio. Ela tem o poder de cegar quem a admira e levar os homens atraídos por ela para o fundo do rio.

Segundo a lenda, Iara era uma índia guerreira, trabalhadora e corajosa. Recebia muitos elogios do seu pai que era pajé, e consequentemente despertava a inveja de alguns da tribo, especialmente de seus irmãos homens. 

Certa noite, quando Iara dormia, ouviu seus irmãos entrando em sua cabana com a intenção de matá-la. A guerreira se defendeu e acabou os matando. Iara fugiu pelas matas com medo do pai, que a encontrou e, como punição, ela foi jogada no encontro do rio Negro com Solimões. Os peixes trouxeram o corpo de Iara à superfície e então, sob o reflexo da lua cheia, ela se transformou em sereia.

Chico Rei

A lenda do Chico Rei surgiu na cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. Conta-se na região que Chico era rei em uma aldeia no Congo e foi trazido para o Brasil contra sua vontade para trabalhar como escravo nas minas de ouro.

Depois de trabalhar muitos anos nas minas de Ouro Preto, Chico juntou uma grande quantia de dinheiro para comprar sua liberdade e também sua própria mina de ouro. Por meio das pedras preciosas de sua mina, Chico ganhou muito dinheiro e conseguiu libertar diversos escravos.

Dessa forma, Chico também se tornou rei no Brasil por sua história de determinação e luta para ajudar os escravos da época.

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  • Chapeuzinho Vermelho | Livro Personalizado
  • Os Três Porquinhos | Livro Personalizado
  • Saci Pererê | Livro Personalizado

Mula sem Cabeça

Mula sem cabeça
Mula sem cabeça – Ilustração: Dentro da História

A lenda da Mula sem Cabeça tem origem europeia e foi trazida ao Brasil pelos Portugueses durante a colonização. Acredita-se que ela fazia parte de um esforço para reforçar os valores morais da época.

A Mula sem Cabeça é uma mula marrom que, em lugar da cabeça, tem uma tocha de fogo. Segundo a lenda, ela corre em disparada pelas matas e relincha tão alto que se ouve a muitos metros de distância. 

No folclore, a Mula sem Cabeça é uma figura amaldiçoada, em forma de punição a mulheres que se relacionassem com padres. A lenda tradicional diz que a mulher com essa maldição se transforma em mula na passagem da quinta-feira para a sexta-feira e só retorna à sua forma humana quando o galo canta três vezes. Enquanto está na forma de Mula sem Cabeça, ela tem um relincho que é confundido com um lamento de dor.

Pai do Mato

Muito conhecida no estado de Goiás, na região centro-oeste do país, a lenda do Pai do Mato conta a história de um ser folclórico que protege os animais.

O Pai do Mato é meio homem e meio bicho, pois possui cabelos longos, unhas grandes, dentes afiados e patas de bode. Mesmo com a aparência diferente, o Pai do Mato é conhecido como um ser que cuida dos animais e ataca somente as pessoas que querem fazer mal aos bichos que vivem na floresta.

Todas as noites ele sai pelas matas montado em seu porco-do-mato para conferir se todos os animais estão em segurança.

Lobisomem

Lendas do folclore - Lobisomem
Lobisomem – Ilustração: Dentro da História

A lenda do lobisomem tem diferentes versões no mundo todo, e sua origem também é europeia. No folclore brasileiro, o Lobisomem é um homem que se transforma em lobo em noites de lua cheia. 

Segundo a lenda brasileira, quando uma mãe tem 7 filhas e por último, um filho, esse será um lobisomem. Uma vez transformado em lobisomem na noite de lua cheia, sai à procura de vítimas. A cultura popular difundiu a ideia de que o lobisomem é vulnerável somente à bala de prata ou a objetos cortantes feitos também de prata. Assim, essas seriam as únicas formas de matá-lo.


No Norte do Brasil, a lobisomem seria o homem que tivesse a saúde debilitada com anemia. Uma vez transformado, se alimenta do sangue de outros humanos para compensar a pobre dieta como um deles. No Sul, por sua vez, o fato que transforma o homem em lobisomem seria o incesto.

Cidade Encantada

A lenda da Cidade Encantada surgiu na praia de Jericoacoara, no estado do Ceará, e conta a história da princesa Carolina. Ela vivia junto com seus pais em uma cidade feita de areia dourada e água do mar. 

Certo dia, enquanto se divertia brincando pela areia, a princesa Carolina viu uma passagem entre as pedras e, quando se aproximou, uma bruxa terrível a transformou em uma serpente. Após alguns anos, duas crianças que brincavam na praia ouviram um canto triste  e descobriram que era a princesa Carolina que se lamentava pelo que havia acontecido. Juntas, as crianças livraram a jovem do feitiço e a ajudaram a voltar a sua forma humana.

Depois de ter sido salva, a princesa retornou para casa e a cidade encantada foi coberta pela areia da praia se tornando um paraíso subterrâneo.

Cuca

Cuca
Cuca – Ilustração: Dentro da História

A Cuca é conhecida popularmente como uma bruxa velha e feia, que tem cabeça de jacaré e que rouba as crianças desobedientes. Essa personagem do folclore brasileiro se originou através de outra lenda: a Coca, um dragão comedor de crianças desobedientes que fica à espreita nos telhados das casas, uma tradição trazida para o Brasil pelos portugueses.

Diz a lenda que a Cuca rouba as crianças que desobedecem seus pais. Ela só dorme uma noite a cada 7 anos, então os pais usam a lenda para dizer às crianças que se elas não dormirem na hora certa, a Cuca virá para pegá-las.

A Cuca ficou ainda mais famosa ao aparecer como personagem nos livros do Sítio do Picapau Amarelo de Monteiro Lobato e na série de televisão inspirada nas obras.

Vitória-Régia

A lenda Vitória-Régia é bastante conhecida na região norte do Brasil e conta a história de Naiá: uma menina que desejava muito se aproximar da lua, que também é chamada de Jaci por alguns povos indígenas.

Certa noite Naiá viu o reflexo da lua nas águas do rio e pensou que Jaci estava se banhando. Decidida a se aproximar da lua, a jovem mergulhou no rio e desapareceu. Foi então que Jaci decidiu transformar Naiá em uma bela flor chamada estrela das águas, pois sabia da admiração que a jovem tinha por ela.

Dessa forma, nasceu a Vitória-Régia, uma planta aquática que possui uma das flores mais belas do mundo e é capaz de atingir até dois metros e meio de diâmetro com suas folhas circulares.

Boto-cor-de-rosa

Lenda do folclore - Boto cor de rosa
Boto cor-de-rosa – Ilustração: Dentro da História

A lenda do Boto-cor-de-rosa teve origem na região amazônia, onde vive essa espécie típica do Brasil. Segundo a cultura popular, o boto sai dos rios e se transforma em um jovem belo e elegante nas noites de lua cheia. Normalmente ele aparece nas festividades de junho e frequenta as Festas Juninas da região.

O boto se veste de branco e usa um grande chapéu para esconder suas narinas, pois sua transformação não ocorre por completo. Galã e conquistador, o boto escolhe uma moça solteira da festa e a leva para o fundo do rio. Na manhã seguinte ele se transforma em boto novamente, por isso a Lenda do Boto é utilizada muitas vezes para explicar uma gravidez fora do casamento.

Aprendendo sobre lendas do Folclore com a leitura

Diversas lendas do folclore brasileiro foram difundidas através de obras da literatura infantil. Uma das principais foi o Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato.

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