Ouça o post |
Você já se viu em uma situação em que não sabia o que fazer quando seu filho ou filha explodiu de raiva, ficou enciumado com o irmão ou chorou de frustração após ouvir um “não”? Calma, isso não é birra e pode ser mais comum do que parece — e, sim, tem solução!
Os sentimentos fazem parte da vida — da infância à vida adulta. Mas, na infância, as emoções ainda estão sendo descobertas e aprendidas. Por isso, podem ser intensas, confusas e, muitas vezes, difíceis de expressar.
Entender o que se passa na cabeça dos pequenos é um desafio, mas também uma grande oportunidade de conexão. Você deve estar se perguntando: como ensinar uma criança a lidar com emoções tão fortes, se muitas vezes nós, adultos, também estamos aprendendo?
É aí que entra a educação socioemocional com base na educação positiva — uma abordagem que reconhece a criança como um indivíduo único, que precisa de apoio, escuta e empatia para crescer emocionalmente saudável.
Continue lendo e entenda porque esse olhar é um convite para que pais e responsáveis acolham os sentimentos das crianças sem julgamentos e sejam guias no processo de desenvolvimento infantil exercitando o amor, o respeito e a presença neste processo.
Sentimentos difíceis nas crianças: como lidar de forma positiva?
Não existe sentimento negativo ou “errado”. Cada emoção é uma experiência única e válida para quem a sente. No entanto, alguns sentimentos podem ser mais desafiadores de lidar, tanto para a criança quanto para os adultos que a acompanham.
Não existe sentimento errado — todos são válidos. O que importa é aprender a expressá-los de forma saudável. Vamos entender melhor alguns deles?
A raiva geralmente aparece quando algo não sai como esperado. A criança pode gritar, bater ou chorar porque ainda não sabe como expressar esse sentimento em palavras. Por isso, o papel dos adultos é ajudar a criança a reconhecê-la e expressá-la sem agressividade.
O ciúmes pode ser um sentimento muito comum entre irmãos, amigos de escola ou direcionado a familiares. Mudanças de rotina contribuem para o surgimento desse sentimento que pode impactar na relação das crianças com brinquedos, animais de estimação e até materiais escolares, indicando uma necessidade de atenção, vínculo e pertencimento.
A frustração, em geral, pode surgir quando a criança não consegue o que quer ou falha em alguma tentativa de expressar uma necessidade (fisiológica ou não) ou desejo. Quando esse sentimento aparece, os pais têm uma chance valiosa para ensinar sobre paciência, superação e resiliência.
A vergonha é um sentimento que pode surgir, geralmente, quando a criança se sente exposta ou julgada. Para lidar com esse sentimento, é necessário que os pais ou responsáveis a acolham com cuidado, sem forçar a exposição.
A ansiedade se expressa comumente em crianças que passam por grandes mudanças ou separações. Esse sentimento pode se manifestar como sintomas físicos como: dores no corpo ou mudanças de comportamento. É importante que a família pratique a escuta e o acolhimento nesses momentos.
O que é educação socioemocional (positiva) na prática?
Pode parecer um termo complicado, mas a educação socioemocional é um processo fundamental para o desenvolvimento das crianças que envolve ajudar as crianças a:
- Identificar e nomear o que sente;
- Expressar suas emoções de forma respeitosa e saudável;
- Desenvolver empatia por si e pelos outros;
- Criar vínculos afetivos seguros com a família e o mundo ao redor.
A educação positiva começa em casa, no dia a dia com a família, que tem um papel essencial nesse processo. Pequenas atitudes, como ouvir com atenção, validar os sentimentos e oferecer ferramentas (como livros infantis) fazem toda a diferença.
No entanto, é importante lembrar que esse conceito não é sobre “controlar e prever comportamentos”, e sim convidar os adultos a olharem além das reações, enxergando as necessidades por trás das emoções.
A criança chora, grita ou se fecha porque está aprendendo a se comunicar emocionalmente — e ela precisa de um adulto seguro para guiá-la. Pequenas atitudes, como ouvir com atenção, validar os sentimentos e oferecer ferramentas (como livros infantis) fazem toda a diferença.
Dica: eBook personalizado para apoiar as famílias “Descobrindo as Emoções com a criança” – Um guia completo para auxiliar no desenvolvimento socioemocional.
4 Dicas práticas com olhar empático para lidar com alguns sentimentos:
Raiva
- Proponha criar um cantinho da calma, um lugar seguro para onde ela pode correr e mudar de ambiente.
- Ensine a criança a reconhecer quando está com raiva perguntando quais sensações ela está sentindo. (“Você está com o rosto vermelho, parece bravo. Vamos respirar juntos?”).
- Proponha para a criança uma pausa para fazer algo que goste como ler, desenhar, escutar uma música que a acalme.
- Depois que a criança estiver mais calma, retome a conversa sobre o que aconteceu, sem julgamentos.
Ciúmes
- Evite comparações entre irmãos, primos ou até amigos.
- Reforce o quanto cada filho é único e especial do seu jeitinho.
- Inclua a criança em momentos importantes, como: fazer lista de supermercado, ajudar a organizar a lancheira etc.
- Entenda que a criança pode ter ciúmes da mãe, do pai, dos avós; de amiguinhos da escola; e até de brinquedos que não quer compartilhar. Com isso, explique que as pessoas também precisam compartilhar seu tempo com outras crianças ou familiares, e que dividir faz parte da vida.
Frustração
- Dê espaço para o choro, sem apressar o consolo.
- Elogie o esforço, não só o resultado (“Você tentou bastante montar esse quebra-cabeça, parabéns!”).
- Use histórias que falam sobre sentimentos para mostrar que errar faz parte do aprendizado (Ex.: livro infantil personalizado “Conhecendo o Monstrinho da Frustração”).
- Em um momento de descontração, mostre que nem sempre as coisas acontecem como esperamos e que isso faz parte da vida.
Vergonha
- Evite expor ou corrigir a criança em público.
- Mostre que todo mundo sente vergonha às vezes.
- Compartilhe experiências que você também já viveu e que são parecidas para que a criança se sinta acolhida.
- Não force as crianças a superar a vergonha, respeite o tempo dela e dê apoio com palavras que fortaleçam sua autoestima e autoconfiança.
Ansiedade
- Crie uma rotina previsível para dar segurança à criança.
- Ajude a entender qual situação faz a criança sentir medo (“Você está com medo de ir pra escola nova?”).
- Use técnicas de respiração e contagem regressiva, como respiração diafragmática ou respiração alternada pelas narinas.
- Em um momento tranquilo, explique que nem sempre temos controle sobre todas as situações e que é normal se sentir inseguro por um tempo.
Os livros como aliados na educação emocional
A especialista e escritora Tonia Casarin, descobriu em seus estudos, que os livros infantis são uma maneira simples de desenvolver competências socioemocionais nas crianças, porque as histórias são capazes de transportar os pequenos para outros mundos.
Além disso, livros infantis personalizados tem o poder de criar conexões poderosas com as crianças leitoras, trabalhando a criatividade, que é a fonte para brincadeiras, conversas e criação de laços afetivos.
A empatia também é uma habilidade socioemocional desenvolvida pela leitura. Quando a criança se identifica com um personagem, começa a entender os sentimentos de outras pessoas e passa a se colocar no lugar delas.
Portanto, as histórias infantis ajudam a criança a entender seu mundo interno (emoções e sentimentos) com leveza e imaginação. Ao ver um personagem com medo ou raiva, ela abre espaço para concluir: “Eu também me sinto assim”.
Você também pode gostar: Como criar filhos felizes? Saiba por que a inteligência socioemocional é o caminho.
Como ensinar as crianças a nomear suas emoções?
Educar emocionalmente não é sobre corrigir comportamentos, mas sobre formar vínculos seguros, onde a criança aprende a confiar em si e no mundo. Com empatia, escuta ativa e amor, os sentimentos deixam de ser um problema e se tornam pontes para o crescimento.
A jornada da parentalidade é feita de tentativa, erro e muito aprendizado. E você não precisa trilhar esse caminho sozinho porque a Dentro da História criou livros que dão voz aos sentimentos infantis e mostram diversos caminhos de acolhimento para cada emoção.
Em “Conhecendo o Monstrinho…”, a criança é a protagonista de uma jornada de descobertas emocionais, com espaço para se ver, ouvir e se sentir segura expressando o que sente com clareza e de maneira positiva.
Acesse a biblioteca do blog da Dentro da História para mais conteúdos sobre educação socioemocional e descubra como a literatura infantil pode caminhar ao seu lado nessa missão tão bonita.